Terremotos e Geobiologia

Como a geobiologia pode ser útil em caso de terremotos?

Ontem (17/01/2010), no programa Fantástico, da TV Globo, um físico da NASA mostrou uma pesquisa que prova que as rochas, quando comprimidas até o ponto de ruptura, liberam eletricidade. Este cientista criou um aparelho capaz de, estando na superfície da Terra, detectar alterações no campo eletromagnético originadas de rupturas no subsolo. Pessoas usando o aparelho em locais onde houve terremotos captaram as alterações minutos antes. Mas eles ainda não sabem como interpretar estes sinais.

É exatamente isso que a geobiologia, através da radiestesia, vem fazendo há séculos: traduzir os sinais da terra, entre eles os oriundos do subsolo. Mas pra que isso fosse útil na previsão de terremotos, seria preciso ter equipes de radiestesistas monitorando permanentemente os sinais nos locais propensos a terremotos. É possível, mas pouco provável que aconteça.

Veja a matéria original:

Cobras são capazes de antecipar tremor de terra

Por que os cientistas não conseguem prever os terremotos? Vários sistemas de alarme estão sendo testados no mundo.

A tragédia no Haiti levanta uma questão que a ciência não consegue responder. Por que o homem é capaz de prever chuvas e não consegue fazer previsão de terremotos? Ninguém imaginava, mas, em minutos, um terremoto destruiria a província chinesa de Sichuan, em maio de 2008. Ao todo, foram 70 mil mortos e cinco milhões pessoas ficaram sem casa. Por que ninguém conseguiu prever o desastre?

“Quanto mais a gente trabalha na previsão de terremotos, mais difícil parece que vai ser”, diz o pesquisador britânico Roger Bilham.

Foi um terremoto que provocou o tsunami que matou 250 mil pessoas em 2004. Um documentário da BBC mostra a força por trás dessas tragédias: os vulcões.

Uma fenda geológica, na Islândia, é apenas a borda de uma estrutura incrivelmente maior. Do lado esquerdo dessa falha fica um pedaço gigantesco da crosta terrestre que segue inteiro por 7 mil quilômetros, passa por baixo do Oceano Atlântico e atravessa os Estados Unidos até a Califórnia.

O pedaço enorme de terra é chamado de placa tectônica, a placa da América do Norte. A superfície do nosso planeta é dividida em sete placas. Os terremotos acontecem justamente quando as placas tectônicas esbarram uma na outra. Quando a energia desse atrito é liberada, a terra treme.

“A quantidade de variáveis que determina a ocorrência de um terremoto é muito grande e muito difíceis e quase impossíveis de serem observadas, razão por que a gente tem dificuldade de prever terremoto”, explica Lucas Vieira, sismólogo da Universidade de Brasília (UnB).

As falhas geológicas já foram quase todas mapeadas na Califórnia. É no estado que Roger Bilham faz sua pesquisa. O britânico acredita que pequenos sinais podem ajudar a prever desastres. Ele instalou equipamentos caseiros para fazer medições na região.

Esses aparelhos e uma antiga cerca revelam que a falha de San Andreas está se movendo meio centímetro por ano. O processo é lento e nem quem está sobre o local é capaz de perceber. “Até que alguém coloque instrumentos como esse no chão, nós não temos nem ideia de que essas coisas estão acontecendo”, conclui o cientista.

Há uma outra resposta que a ciência procura: de que tamanho o terremoto vai ser? Prever isso é essencial. Milhões de tremores acontecem no mundo todos os anos, mas a maioria nem chega a ser sentida. O desafio é saber qual vai se tornar um grande desastre.

Há algum jeito de criar um sistema de alarme? Há quem relate dores de cabeça, mudanças nos níveis da água e até comportamentos bizarros de animais.

Em uma fazenda da China, há uma experiência envolvendo cobras. Um cientista acredita que elas são capazes de sentir terremotos do mesmo jeito que acham suas presas: usando a audição para captar vibrações no solo.

Se um pequeno terremoto acontece a 120 quilômetros do local, as cobras vão sair das suas tocas tentando escapar, conta o pesquisador chinês. Se for um grande tremor, as cobras vão se jogar contra a parede até a morte.

Nas horas que antecedem um terremoto, não são apenas os animais que são afetados. Outro fenômeno também surge.

Uma foto tirada em setembro de 1966, antes de um tremor no Japão, mostra luzes que ninguém conseguiu provar porque as luzes apareceram.

O físico da Nasa Friedmann Freund acredita ter encontrado uma explicação. Ele descobriu que se você esmaga uma pedra até o ponto de ela ser partida, ela produz uma corrente elétrica.

A comunidade científica pode não acreditar na descoberta de Friedmann Freund, mas ela já está sendo usada comercialmente com o nome de “caçador de tremor”, um equipamento que mede as mudanças eletromagnéticas no solo.

Em outubro de 2007, o equipamento conseguiu captar sinais eletromagnéticos pouco antes de um terremoto atingir uma pequena área de San Francisco, na Califórnia.

Mas o fabricante admite que não conseguiu decifrar os sinais: “vou ser sincero, como ainda não descobrimos qual é o padrão, não temos como dizer quando vai acontecer”.

Como os sistemas não são capazes de dar alarmes dias antes do desastre, os segundos que antecedem um terremoto podem ser preciosos. Um protótipo está em teste. Estações colocadas na falha de San Andreas vão emitir sinais via satélite para dizer o quanto ela está se movendo.

Mas é preciso que esse sistema seja capaz de mandar informações no instante que o tremor começar.

A sismóloga Lucy Jones diz que isso vai ajudar a tirar pessoas de situações de extremo perigo, como sair de elevadores, parar de mexer com materiais tóxicos e até parar trens em alta velocidade.

Um tipo de alarme pode funcionar para a Califórnia um dia, mas para a maioria dos lugares no mundo, a melhor resposta que a ciência tem é construir prédios mais seguros e longe das falhas geológicas onde há perigo de ocorrer desastres.


Fonte:
http://fantastico.globo.com/Jornalismo/FANT/0,,MUL1451342-15605,00.html

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